Maria Manuel Maia tem um forte sentido de responsabilidade. A herdeira executiva da centenária produtora de vinhos Poças Júnior partilha há uma década a gestão familiar da empresa, seis membros no total, quatro primos, o pai e um tio. O envolvimento emocional com o projeto é inegável, mas assegurar a continuidade da empresa no seio da família implica também a gestão de relações e uma boa dose de pragmatismo.
Engenheira agrícola formada pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Maria Manuel integrou a Poças assim que terminou o curso, em 2005, assumindo a gestão da viticultura das quintas da família, uma em cada subregião da Região Demarcada do Douro. O trabalho na vinha manteve-a em Vila Real. Mesmo assim, tem muitos quilómetros feitos pelas sinuosas estradas do coracão do Douro. Entre a cidade transmontana onde reside e a quinta da Poças no extremo da região, em Fóz Coa, são duas horas de viagem. Às vezes custa. Outras desfruta do fascínio do Douro e deixa-se ainda surpreender. Pela luz, por algum ponto da paisagem.
O apego à natureza e às vinhas, esse, é constante. Talvez não fosse assim numa paisagem vínica de produção intensiva. Maria Manuel gosta muito da biodiversidade do Douro.
Memória de costumes familiares, em pequena, Maria Manuel apreciava ver os pais vestidos para as entronizações da Confraria do Vinho do Porto, um outro lado da vida de produtores de vinho que também a marca. Gosta de cinema e de ler jornais. Foi jogadora de andebol e sempre que pode vai às aulas de surf, na zona do Porto, cidade de onde é natural. Assim que terminou a pós-graduação em Enologia, na Universidade Católica do Porto, em 2015, regressou à prática de exercício físico regular. Na vida como no trabalho, keep calm and drink wine.